Depois de reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto percentual por seis vezes consecutivas, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) promoveu um novo corte, mas com intensidade menor. A queda, que foi de 0,25 ponto percentual (p.p.), levou a Selic de 10,75% ao ano (a.a.) para 10,5% a.a. Esta é a menor taxa desde dezembro de 2021. Desde o início do ciclo de redução, em agosto de 2023, até o momento, a Selic já caiu 3,25 p.p.
De acordo com a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, não era consenso entre os analistas do mercado financeiro a redução dos juros para 0,25 p.p.. “Alguns esperavam que o Colegiado mantivesse o ritmo dos meses anteriores. Inclusive, em sua última reunião, realizada em março/24, o Copom sinalizou um novo recuo de 0,5 p.p.. Mas deixou claro que, para isso, o cenário precisaria estar de acordo com o aguardado”, apontou.
Segundo Ieda, as incertezas no cenário doméstico e internacional podem ter contribuído para o menor ritmo de queda dos juros. “As mudanças das metas fiscais para as contas públicas em 2025 e 2026, o que aumenta a expectativa de elevação nos gastos e mais pressão sobre a inflação é um fator de risco que está sendo considerado”, afirmou.
A economista apontou com otimismo o aumento de 1,42% no 1º trimestre de 2024, do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado aponta que o indicador oficial de metas para a inflação no País, correspondeu a menor variação, para o período, desde 2020 (0,53%). “Esta é uma boa notícia”, disse Ieda.
Para 2025 as estimativas para o IPCA estão ganhando força. A Pesquisa Focus, do dia 03/05, projetou que o indicador encerrará o próximo ano em 3,64%, ou seja, mais um com inflação acima do centro da meta.
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