Dirigentes empresariais que participaram, na quarta-feira (2), do último painel virtual do dia no 92º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC) foram unânimes: as reformas tributária e administrativa, em tramitação no Congresso Nacional, são essenciais e urgentes para aumentar a produtividade da economia e, em conseqüência, para o desenvolvimento do país.
Houve consenso sobre a necessidade das reformas entre o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, que coordenou o painel ‘Construção e o novo momento econômico do Brasil’ , os presidentes da Arcelor Mittal, Jefferson De Paula, e da MRV Engenharia, Rubens Menin, e o diretor técnico do Sebrae nacional, Bruno Quick.
“O Brasil não terá crescimento sustentável sem as reformas e não pode ficar mais neste vôo de galinha de crescer, recuar, crescer”, sentenciou Jefferson De Paula, que preside no país o maior grupo siderúrgico do mundo e líder, no Brasil, na produção de aço para a construção civil.
“Temos de modernizar a agenda do Brasil com as reformas, porque o mundo está se modernizando e não podemos ficar para trás”, assinalou por sua vez Rubens Menin, que comanda uma das maiores construtoras brasileiras, com subsidiária nos Estados Unidos. Para Bruno Quick, “não é possível que o Congresso, com discussões menores aqui e ali, continue adiando a votação das reformas”.
“Temos de encarar de frente e de peitar a necessidade das reformas acontecerem. Não é possível que a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados atrase ainda mais a votação delas”, enfatizou o presidente da CBIC.
O presidente da Arcellor Mittal destacou, na sua apresentação no painel do ENIC, que o Brasil é o país com as melhores oportunidades, no mundo inteiro, para o crescimento da construção civil. Listou três motivos principais: a deficiência e as carências da infraestrutura; o grande déficit habitacional, que gera uma demanda de 1 milhão de unidades residenciais por ano, e a baixa produtividade do setor, que abre um vasto campo para que seja ampliada.
Rubens Menin se disse preocupado com o risco da alta dos índices inflacionários fazer subir os juros, os quais, segundo ele, são o segundo “demônio” dominado no Brasil, depois da inflação. Na sua visão, foi a queda dos juros que possibilitou o bom desempenho da construção civil em plena pandemia da Covid-19. “O juro baixo é bom para todo mundo e mantê-lo assim é uma agenda fundamental”, salientou.
O diretor técnico do Sebrae nacional acrescentou que a taxa de juro baixa no Brasil pode estimular os grandes fundos internacionais de investimentos a direcionar seus recursos no país para obras de infraestrutura, já que não se tornam tão mais atrativas as aplicações em títulos da dívida pública, pela queda nas taxas de juros.
O 92º ENIC, o mais importante fórum de debates dos temas estratégicos da construção, conta com a correalização da Asbraco-DF, Sinduscon-DF e Ademi-DF, apoio do Sesi Nacional e do Senai Nacional, patroci"nio platinum da Arcelormittal Brasil e silver do Sebrae.