A Comissão de Obras Públicas do Sinduscon-ES está reunida na tarde desta terça-feira (15) com o diretor-presidente do Departamento de Estradas e Rodagens do Estado (DER-ES), Luiz Cesar Maretto, para tratar do reequilíbrio dos contratos de obras públicas frente aos crescentes aumentos de insumos da construção.
A reunião acontece no auditório do Sinduscon-ES seguindo todos os protocolos de prevenção ao coronavírus, recomendados pelas autoridades de saúde.
Aumento nos preços
Pressionado pelas fortes elevações nos preços dos insumos, o aumento no custo da construção não dá trégua. Em maio, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), calculado e divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), aumentou 2,22%.
Pelo 11º mês consecutivo, o custo com materiais e equipamentos apresentou crescimento expressivo: 2,81%. De janeiro a maio deste ano o aumento foi de 14,09%, o maior para o período desde o início da divulgação da sua série histórica (1996).
“Em 12 meses o aumento foi de inacreditáveis 32,81%, ou seja, mais um recorde para o incremento nos custos com insumos do setor na avaliação em 12 meses”, ”, destaca a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.
Efeito do forte aumento de custos sobre o setor
“Particularmente nas obras públicas, caso não aconteça um reequilíbrio econômico nos contratos, projetos já iniciados poderão ser inviabilizados”, alerta Paulo Baraona, presidente do Sinduscon-ES.
Isso porque os aumentos, na proporção que estão acontecendo, eram impossíveis de serem previstos. “As construtoras não conseguem mais absorver altas tão expressivas”, afirma.
Segundo a economista, no mercado imobiliário os lançamentos de novas unidades podem ser adiados em função da incerteza em relação ao futuro.
“A falta de previsibilidade para a solução desse problema, que completará um ano no próximo mês, prejudica não somente a construção, mas a economia nacional como um todo. Num momento onde o desemprego alcança patamares recordes, o setor poderia estar contribuindo muito mais para incrementar as atividades do País”, diz a economista.