O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu, nesta quarta-feira (21), manter a taxa de juros Selic em 13,75% ao ano (a.a). O índice segue sem alterações desde agosto de 2022.
Em nota, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) destacou que a decisão afeta o desempenho da atividade produtiva no país e impacta diretamente o setor da construção.
“Lamentamos que a taxa seja mantida, mais uma vez, nesse patamar exorbitante. Isso está claramente afetando o desempenho da atividade produtiva no país, justamente ela que gera renda e emprego. Particularmente, a indústria da construção está sendo muito impactada por esse juro elevado”.
Dados divulgados pela CBIC mostram a queda de 30,2% dos lançamentos imobiliários nos primeiros três meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. A entidade ainda destacou que deve revisar a projeção de crescimento do setor para 2023. “O cenário com menor pressão inflacionária, a melhoria das expectativas e a redução de incertezas com a aprovação do arcabouço fiscal pela Câmara dos Deputados demonstra que ou reduzimos os juros ou continuaremos a atrasar o crescimento do país”, disse a entidade.
De acordo com a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, a taxa de juros elevada e" o principal problema que vem sendo enfrentado pela construção.
“E" certo que no atual patamar a taxa desestimula os investimentos produtivos. O desempenho do mercado imobilia"rio reflete isso. Dados do Banco Central indicam que a caderneta de poupanc¸a, uma das principais fontes de financiamento imobilia"rio, ja" perdeu, nos primeiros cinco meses de 2023, mais de R$ 56 bilhoes. De acordo com a Associac¸ao Brasileira das Entidades de Cre"dito Imobilia"rio e Poupanc¸a (Abecip) os financiamentos imobilia"rios com recursos da caderneta de poupanc¸a apresentaram queda de 34,6% em abril, em relac¸ao a marc¸o deste ano. Dados preocupantes e que adia para agosto a expectativa do ini"cio do ciclo de afrouxamento moneta"rio”, disse.