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Minha Casa, Minha Vida: pesquisa da CBIC revela principais obstáculos e desejos dos moradores
 
18.04.2023   
Notícia - Sinduscon
Pesquisa inédita sobre o programa e as características dos imóveis do Minha Casa, Minha Vida aponta as dificuldades dos compradores com o valor de entrada e com a comprovação de renda, muitas vezes complementada com ganhos informais, como maiores obstáculos para o acesso à moradia A pesquisa encomendada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e realizada pela Brain – Inteligência Estratégica mostra ainda os itens de desejo dos que procuram a casa própria.

A pesquisa qualitativa foi realizada com mais de 200 entrevistados, por meio de 26 grupos focais, em 25 cidades das cinco regiões do país, entre os dias 4 e 30 de março. Ela abrangeu três faixas de renda do programa – faixa 1, até R$ 2.640; faixa 2, entre R$ 2.640 e R$ 4.400; faixa 3, entre 4.400 e R$ 8.000.

A pesquisa ainda dividiu em dois grupos: os que procuram o primeiro imóvel e os que já têm um adquirido pelo programa e buscam um maior, com melhor localização ou com opções de lazer, nesse caso, enquadrados na faixa 3.

Para os participantes da pesquisa, a dificuldade de comprovac¸ao de renda e" uma grande barreira, muitas vezes intransponível, para os que nao estao em regime de trabalho formal. Esse critério é questionado por parte de entrevistados, que declaram ja" arcar com aluguel, em muitos casos, superior ao valor projetado das parcelas.

“Mudanc¸as no cena"rio econo^mico do Brasil provocaram o aumento da informalidade de trabalho. Muitos entrevistados buscam imo"veis com espac¸o para trabalhar. A renda e" alcanc¸ada por essas fami"lias, mas a informalidade dificulta sua comprovac¸ao”, afirma a pesquisa.
Item citado como dificuldade por todos os entrevistados, segundo a pesquisa, é o valor da entrada necessária para a aquisição do imóvel. “Segundo declaram, nao possuem reservas financeiras e mesmo aqueles que possui"am recursos do FGTS optaram pelos saques extraordina"rios para quitar outras di"vidas”, relata a pesquisa. Que também atribui à correc¸ao das parcelas em obra como motivo de grande inseguranc¸a.

Conjugar o pagamento da parcela do financiamento com o aluguel é outro entrave. Segundo a pesquisa, muitos interessados chegam a encontrar o imo"vel ideal, passam por ana"lises de cre"dito, simulac¸oes, mas nao fecham a compra pelo medo de se comprometer e não conseguir manter o financiamento.

Outra dificuldade apontada pelos entrevistados é encontrar o imóvel dentro do teto permitido pelo programa. O aumento dos custos da construc¸ao impactou no valor das unidades, principalmente os das faixas 1 e 2, de padrão mais econômico.

Ponto de atenção apontado pela pesquisa é o pouco ou nenhum conhecimento dos entrevistados sobre o programa Minha Casa, Minha Vida. Há desconhecimento sobre os para^metros para participac¸ao no programa, dúvidas em relac¸ao a documentac¸ao, faixa de renda, teto do programa na cidade, direito a subsi"dio e enquadramento, taxas, juros, financiamento, valores varia"veis de parcelas, ana"lise de cre"dito banca"rio, entre outras.

A pesquisa constatou que há uma expectativa muito grande com o retorno do Minha Casa, Minha Vida, após a mudança de governo. “Para quem busca o primeiro imo"vel, o governo atual e a volta do programa sao percebidos como esperanc¸a para sair do aluguel e conquistar a casa pro"pria. Para quem ja" foi beneficiado pelo programa anteriormente e busca um upgrade de imo"vel, a mudança de governo traz novas perspectivas para a viabilizac¸ao da segunda compra”, afirma a pesquisa.

Famílias que ja" compraram o primeiro imo"vel atrave"s do programa Minha Casa Minha Vida demonstram o desejo de um upgrade para ter maior conforto. O presidente da CBIC, José Carlos Martins, tem defendido o mercado secundário como um caminho para girar o setor imobiliário, e o tema está em debate em áreas da entidade. O presidente da Comissão de Habitação de Interesse Social (CHIS) da CBIC, Carlos Henrique Passos, afirmou que há um trabalho em andamento nesse sentido, mas que ainda não foi concretizado.

Quanto à localização do imóvel, a pesquisa identificou preocupação com segurança e interesse por locais com facilidade de transporte público. “A localizac¸ao da moradia tem forte relac¸ao com a mobilidade urbana. Eles nao veem problemas em residir em localidades afastadas, desde que o acesso a' regiao de seu trabalho seja facilitada’, diz a pesquisa.

Os itens de sustentabilidade sao bem-vindos, segundo a pesquisa. “É um investimento inicial considerado alto, pore"m com economia certa nas contas mensais. Acredita-se que deveria ser um investimento governamental, subsidiado pelo governo, para incentivar as pra"ticas sustenta"veis da populac¸ao, ale"m da inserc¸ao destes itens em imo"veis populares”.
Pets e varanda

“Os pets fazem parte das fami"lias alvo do programa e sao levados em considerac¸ao no momento da compra”, diz a pesquisa. “Durante as entrevistas, ficou claro que os pets te^m muita importa^ncia para esse pu"blico, condicionando inclusive caracteri"sticas do imo"vel”.

O imóvel desejado tem sacada ou quintal, dois banheiros, lavanderia, boa circulação de ar. “Esse espac¸o aberto esta" ligado a' ideia de amplitude, ventilac¸ao e conforto da fami"lia, condic¸oes indispensa"veis quando se pensa na casa pro"pria. Este e" um espac¸o pelo qual ate" se paga a mais, e e" uma relac¸ao custo-benefi"cio muito bem calculada por cada um”, aponta a pesquisa.

Espaços como playground, um parquinho para as crianc¸as e um gramado para passear com o cachorro sao os espac¸os essenciais para a maioria destes participantes, segundo a pesquisa. Eles trocam a a"rea de lazer por um espac¸o de sacada ou quintal, ou preferem pagar um valor mais baixo e nao ter a"reas de lazer neste primeiro imo"vel.

Para os que buscam um upgrade de imóvel, áreas de lazer sao indispensa"veis. De acordo com a pesquisa, os participantes concordam que as a"reas de lazer fazem diferenc¸a, e alguns nao abrem mao de salao de festas, churrasqueira, academia ou piscina. Mas existe a conscie^ncia de que a a"rea de lazer encarece tanto o imo"vel, quanto o condomi"nio, principalmente as que demandam manutenc¸ao constante, como piscina.

Os resultados da pesquisa foram apresentados nesta quinta-feira no ENIC por Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain – Inteligência Estratégica, e por Guilherme Werner, sócio consultor da Brain. O painel foi mediado pelo presidente da CBIC e contou com a participação do presidente da CHIS/CBIC.
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