O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgado na terça-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), subiu 1,99% em janeiro deste ano. Essa é a maior taxa mensal do indicador desde o início da série histórica, em 2013. Em dezembro de 2020, a taxa havia ficado em 1,94%. Com o resultado, o indicador acumula taxa de 12,01% em 12 meses.
O custo nacional da construção, por metro quadrado, que fechou o ano de 2020 em R$ 1.276,40, passou em janeiro para R$ 1.301,84, sendo R$ 731,37 relativos aos materiais e R$ 570,47 à mão de obra.
A parcela da mão de obra apresentou alta de 0,78%, subindo 0,60 ponto percentual em relação a dezembro de 2020 (0,18%). Comparando com janeiro de 2020 (-0,06%), o aumento foi ainda maior, de 0,84 ponto percentual. Isso porque a pesquisa captou duas homologações de acordos coletivos de categorias profissionais, no Piauí e em Minas Gerais, explica o gerente do Sinapi, Augusto Oliveira.
“Minas é um estado com peso expressivo no resultado nacional. Com isto, o dissídio captado no mês de janeiro, influenciou o resultado, mesmo com a desaceleração da parcela dos materiais”, complementa, lembrando ainda que em janeiro de 2020 não foram firmados acordos coletivos. Variações captadas em algumas categorias, provocadas pelo reajuste do salário mínimo nacional, também contribuíram, em menor peso, na aceleração da taxa de janeiro de 2021 frente a dezembro de 2020.
Já a parcela dos materiais aumentou 2,96%. “Há um movimento de desaceleração, já que a alta foi menor que em dezembro, quando foi de 3,39%”, explica Augusto. Considerando o índice de janeiro de 2020 (0,62%), houve aumento de 2,34 pontos percentuais. “Minas e Piauí também tiveram alta grandes nesta parcela de materiais, com destaque para os segmentos de madeira, de aços como vergalhões e arames, e de tubos de PVC”, enumera Augusto.
Os acumulados em 12 meses ficaram em 20% (materiais) e 3,19% (mão de obra), respectivamente.
Nordeste tem a maior variação mensal
O Nordeste foi a região com maior alta em janeiro, com 2,32%, influenciada pelo aumento na parcela dos materiais em todos os nove estados, além do acordo coletivo registrado no Piauí. O Sudeste (2,06%) e o Sul (1,84%) vêm na sequência. Centro-Oeste (1,58%) e Norte (1,27%) fecham a lista.
Já no que diz respeito aos custos regionais por metro quadrado, o Sul lidera com R$ 1.359,87, seguido pelo Sudeste com R$1.347,06. As demais regiões: Norte (R$ 1.306,14), Centro-Oeste (R$ 1.280,81) e Nordeste (R$ 1.229,05).
Entre os estados, o Piauí registrou a maior alta (4,33%), com aumento na parcela de materiais e os acordos coletivos, seguido por Minas Gerais, com 4,01%.