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Copom interrompe ciclo de quedas e mantém Selic a 2% a.a
 
17.09.2020   Agência CBIC
Notícia - Imprensa
Após nove quedas consecutivas, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa Selic em 2% ao ano. A referida taxa é a menor desde o início do sistema de metas inflacionárias no Brasil, em 1999.

“A manutenção da Selic ocorre em meio a expectativas mais otimistas para a atividade econômica nacional. “Indicadores como a produção da indústria, as vendas do comércio varejista e o volume de serviços continuaram registrando resultados positivos no início do segundo semestre”, ressalta a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), calculado e divulgado pelo Banco Central, também foi positivo e indicou incremento de 2,15% em julho em relação ao mês anterior. Com isso, as projeções para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do País estão sendo revistas para números menos pessimistas.
Melhores estimativas para o PIB
A Pesquisa Focus, divulgada semanalmente pelo Banco Central, estimou retração de 5,11% para o PIB em 2020, a melhor projeção realizada nos últimos quatro meses. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) também revisou as suas perspectivas para o Brasil. A queda projetava agora é de -6,5% enquanto na estimativa anterior, realizada em junho, a retração aguardada correspondia a -7,4%. A OCDE também melhorou as perspectivas para a economia mundial. A contração aguardada para 2020 passou a ser de -4,5% enquanto a queda prevista anteriormente era de -6%. Já as estimativas do Ministério da Economia sinalizam queda da economia nacional de 4,7%.
Aumento nos custos dos materiais
A manutenção da Selic também acontece em meio ao incremento de preços na economia. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que é o indicador da meta inflacionária nacional, registrou em agosto, alta de 0,24%, a maior para o mês desde 2016.

Nesse contexto, um desafio que está preocupando particularmente os construtores, e pode estar contribuindo para o adiamento de novos investimentos, é o aumento acentuado nos custos dos materiais. Produtos básicos como o aço e o cimento têm apresentado altas elevadas, prejudicando o andamento das obras e das atividades do segmento. A construção civil vem contribuindo com a economia nacional, ajudando o País a melhorar o seu nível de atividades. Inclusive, mesmo diante da pandemia, o setor registrou resultados positivos em seu mercado de trabalho formal nos primeiros sete meses do ano.

“O otimismo da construção civil para os próximos meses esbarra na preocupação com a expressiva elevação dos custos do setor”, afirma.
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