Dados da Sondagem Indústria da Construção de março de 2020, divulgados nesta terça-feira (5) pela Confederação Nacional da Indústria, com apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), indicam que os impactos negativos da pandemia do novo coronavírus já atingiram o setor da Indústria da Construção.
O índice de nível de atividade efetivo em relação ao usual, que indica o quão aquecida está a atividade da indústria da construção, recuou para 25,5 pontos. É o segundo menor valor da série, só supera os 25,3 pontos observados em fevereiro de 2016.
Os indicadores de evolução do número de empregados e do nível de atividade registraram a involução mais rápida e disseminada da série, ao mesmo tempo que o setor apresentou o aumento mais brusco de ociosidade. O indicador de evolução do número de empregados registrou 39 pontos, 11 pontos abaixo da linha divisória de 50 pontos, e o do nível de atividade registrou 28,8 pontos, 21,2 pontos abaixo da linha divisória de 50 pontos, que separa crescimento e queda do nível de atividade.
“O nível de atividade é o menor patamar da série histórica iniciada em 2010”, destaca a economista do Banco de Dados da CBIC, Ieda Vasconcelos.
De acordo com a Sondagem, a queda no emprego não acompanha, em intensidade, a queda na atividade. O motivo se deve, provavelmente à rapidez e surpresa da queda da atividade e à reação das empresas por meio de ajustes temporários como férias coletivas, redução de jornada de trabalho e/ou suspensão do contrato de trabalho. Queda do nível de atividade em março é a mais intensa da série.
As condições financeiras das empresas também pioraram, revertendo a evolução positiva dos três trimestres anteriores.
Diante da atual conjuntura, os empresários demonstram queda acentuada de confiança e expectativas de baixo crescimento para os próximos meses.
A pesquisa foi realizada no período de 1º a 14 de abril junto a 411 empresas, sendo 143 pequeno porte, 181 médio porte e 87 de grande porte.